Rozo chega ao Rio de Janeiro com três escravos em outubro de 1825

Jornal “Império do Brasil: Diário Fluminense” (RJ), nº 100, de 28 de outubro de 1825, registra a chega do ex-presidente da província do Pará no Rio de Janeiro, José de Araújo Rozo, com 1 criado e 3 escravos. Os outros passageiros a se destacar eram Francisco Marques de Elvas Portugal e Domingos Simões da Cunha. Rozo foi presidente da província no período de maio de 1824 a maio de 1825.

NOTÍCIAS MARÍTIMAS

ENTRADAS

– Dia 26 do corrente. – Pará; 60 dias; B. E. de Guerra D. Januária; com o 2º tenente Francisco Borges; passageiros José de Araújo Rozo, com 1 criado e 3 escravos, o Tem. Cor. do Estado Maior Francisco Marques de Elvas Portugal, com 2 escravos, dito de milícias Domingos Simões de Cunha, o construtor Valentim José, com 1 criado, e o guarda-mor da alfândega, José Ribeiro Guimaraes, com 1 criado; (…)

A prisão de Francisco Vinagre em 1846

Publicado no Blog do jornalista Lúcio Flávio Pinto, em 1º de abril de 2024, com referência o Blog Cabanagem Redescoberta.

A edição 7.421 do Diário do Rio de Janeiro, de 3 de fevereiro de 1847, baseando-se na Gazeta Oficial do mesmo dia, informava sobre a prisão de Francisco Vinagre:

“A barca de vapor Thetis trouxe a Pernambuco, remetido preso da província do Pará, Francisco Pedro Vinagre, ex-chefe dos rebeldes naquela província, e que nela se constituiu presidente intruso desde fevereiro até junho de 1835. Preso nesse mês, e conservado em prisão até 1840, fugiu por este tempo na província do Ceará, quando em viagem para Pernambuco, e desde logo constou que aparecera no Pará, tendo vindo por terra, e atravessando o Ceará, Piauí e Maranhão, entrando no Pará pelo Turiaçu e Bragança. As pesquisas da polícia tinham sido inúteis para o descobrir até que em 1846 constou que se acoitava para o lado de Macapá, e em uma das vilas da embocadura do Amazonas, onde se dizia ter a seu serviço no fabrico da borracha índios, escravos fugidos, desertores, e corriam boatos que não mostrava intenções pacíficas. No 2º semestre de 1846 já alguns distritos vizinhos se mostravam receosos do caudilho, e tendo constado que havia levado consigo algumas peças de artilharia de pequeno calibre, que se dizia existirem na vila de Bragança, tomou o vice-presidente da província a deliberação de ativar as diligências para o prender, e uma escolta saída da praça de Macapá o conseguiu, trouxe à cidade, e por cautela veio remetido para Pernambuco. Foi mais um serviço feito à província na administração do vice-presidente, Dr. João Maria de Moraes.”

A Gazeta Oficial do Império do Brasil”, do Rio de Janeiro, edição 166, de 23 de março de 1847, transcreveu ato do expediente do dia 12 do Ministério da Fazenda, divulgando o custo dessa expedição:

“À [tesouraria] do Pará, conforme aviso da justiça de 5 se aprova a despesa de 100 $ [réis] feita com a prisão de Francisco Pedro Vinagre, sendo a sua importância tirada do crédito dado pelo § 9º, Art. 3º do orçamento atual.”

(Fonte: Ricardo Conduru, blog Cabanagem Redescoberta)

Um personagem trágico da Cabanagem

Publicado no blog do Jornalista Lúcio Flávio Pinto em 26 de fevereiro de 2024.

Por Ricardo Conduru

A Cabanagem pode ser apontada como a maior sublevação popular ocorrida no Brasil no século 19 (1834 – 1840), tendo suas origens na subjugação dos povos da Amazônia desde a época colonial, e cuja torrente de ódio aos exploradores eclodiu no governo de Bernardo Lobo de Sousa (dezembro de 1833 a janeiro de 1835), quando os cabanos invadiram Belém em 7 de janeiro de 1835, matando as principais autoridades e se apossando do poder.

Segundo Eduardo Angelim, em declaração dada ao jornal “Diário do Grão-Pará”, em 1872, “O Presidente Bernardo Lobo de Sousa provocou a deflagração da cabanagem pelos seguintes motivos: suspendeu um Conselho Presidencial e algumas garantias de pacto-fundamental, pondo cabeças de cidadãos conspícuos a prêmio; ordenou a seus agentes que matassem e não prendessem; ameaçou mandar arrastar pelas ruas de Belém o arcipreste João Batista Gonçalves Campos, chefe eminente do Partido Liberal, obreiro e mártir da nossa emancipação política; mandou incendiar engenhos de moer cana; desconsiderou homens beneméritos que haviam governado sua província natal e prestado grandes e relevantes serviços à independência da pátria, fazendo-os conduzir à sua presença descalços e em mangas de camisa, como se fossem bandidos e sicários, mandou recrutar estudantes; ameaçou o virtuoso cabido da Sé; fez um recrutamento de sacerdotes; mandou sepultar em porões de navios de guerra cidadãos inocentes; mandou despedaçar tipografias e prender redatores de jornais; deportou da província homens distintos, nacionais e estrangeiros; cometeu outros inomináveis atentados, em desafio aos brios de um povo livre, lançando, assim, com suas atitudes um cartel aos denodados, valentes, humanos, hospitaleiros e generosos filhos do gigante Amazonas.”

Como consequência, milhares de vidas foram ceifadas ao longo de mais de cinco anos, numa luta entre despossuídos e possuidores, com larga vantagem para as forças imperiais. Mas, e se o Presidente Bernardo Lobo de Sousa tivesse sido substituído quando apareceram os primeiros focos de insatisfação, o movimento cabano teria ocorrido? No livro de Domingos Antônio Raiol intitulado “Motins Políticos”, é descrito que o plano inicial tinha como foco a prisão do presidente e seu envio para a capital do Império, mas, por uma série de circunstâncias, o movimento acabou evoluindo para um rumo diferente.

Novas pesquisas sobre esse período de efervescência nos revelam algo pouco conhecido. O fato de que Bernardo Lobo de Sousa foi formalmente destituído da presidência, porém, quando essa decisão foi tomada pela Regência a sublevação já havia eclodida. A notícia sobre a forma como Lobo de Souza agiu para reprimir a revolta da região do Acará, no final de 1834, desagradou as autoridades imperiais, surgindo, assim, o primeiro movimento pela substituição do Presidente do Pará. É o que nos mostra o Jornal “O Defensor da Legalidade” (RJ), nº 6, de 3 de fevereiro de 1835, abaixo reproduzido:

“Quando tínhamos acabado de ler no Correio Oficial, o ofício do Sr. Bernardo Lobo de Souza, e mais documentos por onde se mostra que ele havia conseguido destroçar o partido anarquista, que de novo se insurgira no Pará capitaneado pelo feroz cônego [Batista] Campos, soubemos que o Ministério julgara agora a propósito dar demissão ao Sr. Lobo de Souza, e corre por certo que nomeará para o substituir o Sr. Joaquim José Gomes da Silva Filho, que fora a pouco lente da aula do comércio nesta cidade: o Sr. Lobo havia por várias vezes solicitado sua demissão, mas o Ministério transato não tinha julgado conveniente conceder-lhe, antes exigira dele o sacrifício de conservar-se naquele importante posto, aonde tão bem estava servindo, e não nos consta que ele reiterasse agora o seu pedido; mas parece o Ministério lhe deu a demissão por não aprovar as medidas extralegais de que ele lançara mão para sufocar aquela horrorosa revolta, que ameaçava o desgraçado Pará com cenas de barbaridade iguais, ou superiores as que tiveram lugar no Cuiabá, e de que demos uma descrição em um dos números antecedentes; nós folgaremos muito de que o Ministério atual mostre sempre em sua conduta um religioso respeito pelas fórmulas legais, esse entusiasmo pelos princípios, e que coerente consigo mesmo trate de remover dos importantes cargos os homens que não tiverem esse mesmo religioso respeito, esse entusiasmo que agora faltou ao Sr. Lobo, e sem dúvida o Sr. Gomes da Silva escolhido para o substituir deve ter dado provas de possuir essas qualidades, e oferecer seguro penhor de que vai para o Pará menos apaixonado pelas ideias do Sr. João Pedro Maynard; nós cremos que ele desempenhará a confiança que do Ministério mereceu, e que renunciando ao seu antigo credo político, vai ser um forte sustentáculo da Monarquia Constitucional Representativa, e debelar o partido da federação republicana, proclamada pelo cônego Campos,  e seus ferozes satélites. Se, porém, o Sr. Gomes da Silva ainda pensa que o Brasil não se salva, ou não pode ser feliz senão com a república, então pode a sua nomeação ser de mui funestas consequências para aquela infeliz província, e para mais algumas.”

Vemos com isso que o primeiro nome a ser cogitado para substituir Lobo de Sousa foi o do professor Joaquim José Gomes da Silva Filho, como forma de fazer frente ao chamado “partido da federação republicana”. Mas a história nos mostra que o nome de Gomes da Silva não vingou. O escolhido para substituir o afamado “malhado” foi Antônio Joaquim de Moura, conforme se constata nas “Cartas Imperiais” datadas de 20 de março de 1835, publicadas no Jornal “Correio Oficial”, do Rio de Janeiro, nº 69, de 28 de março de 1835, a primeira nomeando Antônio Joaquim de Moura presidente da província do Grão-Pará; a segunda comunicando a Bernardo Lobo de Souza que o mesmo seria substituído na presidência, e a terceira comunicando à Câmara Municipal de Belém sobre a nomeação do novo presidente. O que fica patente e que até meados de março, a regência não tinha conhecimento da morte de Bernardo Lobo de Sousa, ocorrida em 7 de janeiro de 1835.

Abaixo, reproduzimos as ditas Cartas Imperiais:

“Antônio Joaquim de Moura. A Regência, em nome do Imperador, o Sr. D. Pedro Segundo, vos envia muito saudar. Tendo consideração aos vossos distintos merecimentos, patriotismo, e adesão à sagrada causa deste Império, e mais qualidades recomendáveis, que concorrem na vossa pessoa: Há por bem nomear-vos Presidente da Província do Grão-Pará, de cujo cargo fica desonerado Bernardo Lobo de Souza; e vós, depois de prestardes juramento nos termos da Carta de Lei de três de outubro do ano passado, entrareis no exercício do mesmo lugar; recebendo dele as informações necessárias à boa direção e andamento dos negócios públicos; e fazendo manter a religiosa observância das leis, para liberdade, segurança, e liberdade dos povos que vos são confiados.

“Escrita no Palácio do Rio de Janeiro em vinte de março de mil oitocentos e trinta e cinco, décimo quarto da independência e do Império. – Francisco de Lima e Silva. – João Bráulio Moniz. – Joaquim Vieira da Silva e Souza.

“– Para Antônio Joaquim de Moura. “

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“Bernardo Lobo de Souza, Presidente da Província do Grão-Pará. A Regência, em nome do Imperador o Senhor D. Pedro Segundo, vos envia muito saudar. Tendo sido nomeado Antônio Joaquim de Moura para substituir-vos na presidência dessa província, de cujo cargo se vos há por desonerado: vós lhe fareis entrega da administração da mesma província, depois que tenha prestado juramento nos termos da Carta de Lei de três de outubro do ano passado, e lhe subministrareis as informações que forem necessárias à boa direção e andamento dos negócios públicos. O que assim vos participa para vossa inteligência e execução.

“Escrita no Palácio do Rio de Janeiro em vinte de março de mil oitocentos e trinta e cinco. – Francisco de Lima e Silva. – João Bráulio Moniz. – Joaquim Vieira da Silva e Souza.

“– Para Bernardo Lobo de Souza.”

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“Presidente e mais vereadores da Câmara Municipal da Cidade de Belém. A Regência, em nome do Imperador o Senhor D. Pedro Segundo, vos envia muito saudar. Tendo consideração aos distintos merecimentos, adesão à sagrada causa do Império, e mais qualidades recomendáveis, que concorrem na pessoa de Antônio Joaquim de Moura: Houve por bem nomeá-lo Presidente dessa província. O que vos participa, para que assim o fiqueis entendendo.

“Escrita no Palácio do Rio de Janeiro em vinte de março de mil oitocentos e trinta e cinco. – Francisco de Lima e Silva. – João Bráulio Moniz. – Joaquim Vieira da Silva e Souza.

“- Para o Presidente e mais vereadores da Câmara Municipal da cidade de Belém.”

Porém, após tomar ciência da morte de Lobo de Sousa, e diante da gravidade da situação, a Regência resolve enviar Joaquim de Moura para presidir a província de Alagoas, e nomeia o general Manoel Jorge Rodrigues para o Pará, conforme se pode constatar nos periódicos da capital do império, abaixo reproduzidos:

“Jornal do Comércio”, do Rio de Janeiro, nº 73, de 2 de abril de 1835, página 3

“Dizem que a Regência, tendo dispensado da presidência do Pará ao Sr. Antônio Joaquim de Moura, houve por bem elevar ao dito cargo o Exmo. Marechal de Campo Manoel Jorge Rodrigues, o qual reassumirá ao mesmo tempo o Comando das Armas da província. Sua Exa. partirá com o Sr. Chefe da Divisão, João Taylor.”

Jornal “Correio Oficial”, do Rio de Janeiro, nº 79, de 9 de abril de 1835, página 1

“Ilmo. e Exmo. Sr. – Tendo chegado a esta Corte a notícia dos desastrosos acontecimentos ocorridos na província do Grão-Pará, e julgando-se conveniente enviar para ali um presidente, que a este cargo pudesse ao mesmo tempo reunir o Comando em Chefe das forças expedicionárias destinadas aquele ponto. Julgou a Regência, em nome do Imperador, conveniente aproveitar o préstimo, o patriotismo, de que V. Exa. é dotado, transferindo-o daquela presidência, que lhe tinha sido confiada, para a da província das Alagoas, onde espera que não serão menos úteis os seus serviços; ficando desta sorte de nenhum efeito aquela primeira nomeação. O que de ordem da mesma Regência participo a V. Exa. para sua inteligência.

“Deus guarde a V. Exa. Paço em 3 de abril de 1835. Joaquim Vieira da Silva e Souza. – Sr. Antônio Joaquim de Moura.”

Pouco mais de 70 dias transcorreram entre o 7 de janeiro de 1835 e a demissão formal de Bernardo Lobo de Sousa, ocorrida em 20 de março. Esse curto período acabou fazendo uma grande diferença nos rumos da história da Amazônia.

O pequeno baxá que oprimia os paraenses

Jornal “A Aurora Fluminense” (RJ), nº 181, de 18 de maio de 1829, página 4, publica correspondência de leitor que se denomina “O Paraense”, com críticas ao ex-presidente da província do Pará, José de Araújo Rozo, julgado pelo Tribunal Supremo de Justiça, e o fato de andar livre e sem embargo.

VARIEDADES

CORRESPONDÊNCIA

Srs. Redatores,

Consta que o Sr. José de Araújo Rozo, ex-presidente do Pará, foi pronunciado à prisão, e livramento pelo Tribunal Supremo de Justiça, mas é também sabido que ele anda passeando solto, e livre, sem embargo de haverem as partes requerido sua captura. As virtudes, e serviços, porque S… está pronunciado, podem ter-se detalhadas em vários opúsculos aqui impressos, e especialmente em um, que veio à luz há pouco tempo, e se intitula – Reflexões sobre a resposta do ex-presidente do Pará. – Agora, a causa porque ele ainda não foi preso, não lhes posso dizer: Vm.ces que adivinhem.

Tem corrido também um folheto com o título – Defesa de José d’Araújo Rozo ao Tribunal Supremo -; que sendo chamado ao júri, foi declarado com criminalidade. Foi citado Mr. Plancher (dono da tipografia em que o folheto era impresso) para apresentar o manuscrito do dia 1 do corrente, e quando se esperava ver subscrito a defesa pelo mesmo Rozo, apareceu o nome de um tal José Pinto Correa, que se não sabem quem é; procurando o verdadeiro autor evadir-se deste modo à responsabilidade legal. O escrivão [José] Pires [Garcia], que escreveu a firma do tal Correa sem testemunha, diz agora que o não conhece; o folheto da defesa do Sr. Rozo é, portanto, uma peça que não merece conceito algum, e que não deve [ilegível] na opinião do público, a ideia que já tem formado das boas qualidades e ótimo governo do pequeno baxá, que oprimiu os paraenses. Se tiverem a benignidade de admitir na sua Folha estas poucas linhas, continuarei.

O Paraense

O alferes que assinou o manuscrito em defesa de José de Araújo Rozo

Jornal “A Aurora Fluminense” (RJ), nº 195, de 27 de maio de 1829, página 4, publica correspondência de um escrivão do Rio de Janeiro, questionando a informação de um cidadão que assina como “Paraense”, de que não conhecia a José Pinto Correa, alferes da Bahia que assinou o manuscrito de defesa do ex-presidente da província do Pará, José de Araújo Rozo, ao que rebate informando que conhece perfeitamente a letra  e assinatura do dito cujo, frequentador de seu cartório.

VARIEDADES

CORRESPONDÊNCIA

Lendo no seu nº 191 de segunda-feira, 18 de maio corrente, a correspondência assinada “O Paraense”, nela encontrei a menos exata expressão, que se me atribui, de que eu não conhecia a José Pinto Correa, cuja assinatura reconhecera no manuscrito da defesa de José de Araújo Rozo. Como essa expressão pela maneira com que foi enunciada, tende a deprimir o meu crédito, entendo dever declarar-lhes que conheço perfeitamente a letra e assinatura de José Pinto Correa, que é um alferes de 2ª linha dos batalhões da Bahia, morou a pouco mais deum ano na rua na rua da Alfândega, e veio por esses tempos muitas vezes ao meu cartório. Depois da mencionada correspondência, tendo eu procurado notícias dele, soube que se acha preso por crime de morte e em Conselho de Guerra. Espero, Srs. Redatores, da sua imparcialidade, que assim como se dignaram inserir no seu periódico aquela correspondência do Paraense, se dignem também publicar pela mesma Folha esta também do seu atento venerador.

José Pires Garcia.

Renovação do pedido de envio de indígenas par a Corte em 1825

Revista Marítima Brasileira” (RJ), edição nº 85, de 1920, páginas 261 e 262, publica expediente do titular do ministério da Marinha ao presidente da província do Pará, José de Araújo Rozo, renovando o pedido de envio de índios para a Corte,  para serem utilizados  no arsenal de marinha e nos navios de guerra.

(…)

Cópia – havendo-se determinado, em portaria de 11 e 12 de junho último, que o Presidente da Província do Pará expedisse as necessárias ordens para que fossem breve e infalivelmente para o Arsenal de Marinha desta Corte, à disposição do respectivo inspetor os índios que se achassem nas circunstâncias de poderem ser empregados, tanto no serviço do mesmo arsenal, como em os navios de guerra. Manda Sua Majestade o imperador, pela Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha, renovar estas suas imperiais determinações, a fim de que o mencionado presidente, removendo todos os obstáculos, lhes dê o mais pronto e inteiro cumprimento. Palácio do Rio de Janeiro em 9 de fevereiro de 1825. Francisco Vilela Barbosa.

Solicitação de indígenas para guarnecerem os navios da armada como marinheiros

Revista Marítima Brasileira” (RJ), edição nº 85, de 1920, página 261, publica expediente do ministro da Marinha a diversas províncias, entre elas a do Pará, cujo presidente era José de Araújo Rozo, para envio de índios para a Corte, para guarnecerem os navios da armada servindo como marinheiros.

(…)

Sendo necessário guarnecer de marinheiros os navios da armada N. e I. manda S.M.O.I. pela S. de E. dos Neg.° da M. [Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha] q. o Presidente da Província do Pará, faça remeter quanto antes para esta Corte os índios q. estiverem nas circunstâncias de ali servirem, os quais logo que se reconheça a independência deste Império serão atendidos por seus serviços e restituídos à sua província quando requeiram regressar. Palácio do Rio de Janeiro em 11 de junho de 1824. F. V. B. [Francisco Vilela Barbosa]. Em doze de junho. Na mesma conformidade e data se escreveu aos presidentes das províncias do Pará, Espírito Santo, Santa Catarina e são Pedro do Rio Grande do Sul.

José de Araújo Rozo trata sobre a remessa de indígenas para a capital do império em 1824

Revista Marítima Brasileira” (RJ), edição nº 85, de 1920, página 261, publica expediente do presidente do Pará José de Araújo Roxo, ao Ministro da Marinha, sobre a construções de embarcações e do pedido de remessa de índios para a capital do império. Rozo fala da dificuldade em cumprir as ordens por conta das desordens ocorridas no interior.

Cópia – (nº 2) – Ilmo. e Exmo. Sr. em 27 de outubro de 1824.

Fico inteirado do que Sua Majestade o Imperador determina, e que me foi comunicado por portaria de V. Exa. de 31 de maio deste ano a respeito da fragata, que deve mandar pôr no estaleiro desta cidade conforme o risco que acompanhou a mencionada ordem, o que será executado com brevidade possível, e logo que se conclua a escuna que se está construindo. Quanto à remessa dos índios, de que trata a portaria de 11 do mês passado não é possível, que já possa ser executada pelas desordens que tem havido no interior desta província, ainda que tenho conseguido ver tudo em paz, todavia, é preciso muito jeito para os persuadir a que deixem suas famílias e povoações; contudo, executarei oportunamente a mencionada ordem. Deus guarde a V. Exa. Pará no Palácio do Governo, 21 de julho de 1824. Ilmo. e Exmo. Sr. Francisco Vilela Barbosa, ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha. (José de Araújo Roxo – Presidente)

Registros sobre José de Araújo Rozo na Biblioteca Nacional

“Anais da Biblioteca Nacional” (RJ), edição nº 9, de 1881, página 631, traz os registros de documentos sobre José de Araújo Rozo, primeiro presidente da província do Pará, entre maio de 1824 e maio de 1825.

7207 – Breve exposição do estado atual da província do Pará, sob a presidência de José de Araújo Rozo, para servir de continuação à história de acontecimentos políticos daquela província. Bahia. Tip. Nac., 1825, in-fol.  (B.N.)

7208 – (Ata da sessão extraordinária de 30 de abril de i824 da junta Provisória do Governo Geral da Província do Grão-Pará, na qual se deu posse ao novo presidente, José de Araújo Rozo, e se tomaram providências para a segurança e tranquilidade da província) Rio de Janeiro. Tip. Nac. (1824), in-fol. (B.N.)

7209 – (Ata da sessão de 4 de maio de 1824 do Conselho da presidência da província do Grão-Pará, na qual deliberou não dar posse ao brigadeiro José Ignácio Borges, nomeado governador das armas da dita província). Pará, Tip. Nac. 1824, in-fol. (B.N.)

(…)

7212 – Desagravo do arcipreste João Batista Gonçalves Campos contra José de Araujo Rozo [ex-presidente do Pará]. (Rio de Janeiro, 1824), in-fol. de 9 pp. (B. N.)

7213 – Ao Respeitável Público. Artigo assinado por João Batista Gonçalves Campos e acompanhado de duas ordens imperiais desaprovando a conduta do ex-presidente da província do Grão-Pará José de Araújo Rozo. Rio de Janeiro. Tip. de Torres, 1825. In-fol. de 2 pp. (B. N.)

7214 – Memórias Oferecidas às Senhoras Brasileiras. Rio de Janeiro. Tip. de Torres, 1826, in-fol. de 4 pp. (B.N.)

Assin. : Maria Filippa Máxima de França. (contra José de Araújo Rozo).

7215 – O homem tal qual foi sempre ou o intrigante confundido e apresentado ao público por um paraense honrado. Rio de Janeiro, Pedro Plancher, 1826, in-fol. de 10 pp. (B.N.)

(…)

7219 – Cópia da conta que o senado da câmara da capital de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, deu a S. M. I. do ex-presidente José de Araújo Rozo. Rio de Janeiro, Tip. de Torres, 1825. In-fol. (B.N.)

7220 – Resposta do ex-presidente do Pará o coronel José de Araújo Rozo perante o Supremo Tribunal de Justiça. Rio de Janeiro, Imp. Tip. de P. Plancher-Seignot, 1829, in-4º, peq., de 2 ff. 40 pp. (B.N.)

(…)

7223 – Documentos relativos à sedição militar do Pará de 26 de abril de 1827.

Originais e cópias

Exp. Arq. Militar.