O pequeno baxá que oprimia os paraenses

Jornal “A Aurora Fluminense” (RJ), nº 181, de 18 de maio de 1829, página 4, publica correspondência de leitor que se denomina “O Paraense”, com críticas ao ex-presidente da província do Pará, José de Araújo Rozo, julgado pelo Tribunal Supremo de Justiça, e o fato de andar livre e sem embargo.

VARIEDADES

CORRESPONDÊNCIA

Srs. Redatores,

Consta que o Sr. José de Araújo Rozo, ex-presidente do Pará, foi pronunciado à prisão, e livramento pelo Tribunal Supremo de Justiça, mas é também sabido que ele anda passeando solto, e livre, sem embargo de haverem as partes requerido sua captura. As virtudes, e serviços, porque S… está pronunciado, podem ter-se detalhadas em vários opúsculos aqui impressos, e especialmente em um, que veio à luz há pouco tempo, e se intitula – Reflexões sobre a resposta do ex-presidente do Pará. – Agora, a causa porque ele ainda não foi preso, não lhes posso dizer: Vm.ces que adivinhem.

Tem corrido também um folheto com o título – Defesa de José d’Araújo Rozo ao Tribunal Supremo -; que sendo chamado ao júri, foi declarado com criminalidade. Foi citado Mr. Plancher (dono da tipografia em que o folheto era impresso) para apresentar o manuscrito do dia 1 do corrente, e quando se esperava ver subscrito a defesa pelo mesmo Rozo, apareceu o nome de um tal José Pinto Correa, que se não sabem quem é; procurando o verdadeiro autor evadir-se deste modo à responsabilidade legal. O escrivão [José] Pires [Garcia], que escreveu a firma do tal Correa sem testemunha, diz agora que o não conhece; o folheto da defesa do Sr. Rozo é, portanto, uma peça que não merece conceito algum, e que não deve [ilegível] na opinião do público, a ideia que já tem formado das boas qualidades e ótimo governo do pequeno baxá, que oprimiu os paraenses. Se tiverem a benignidade de admitir na sua Folha estas poucas linhas, continuarei.

O Paraense

Publicado por ricardoconduru

Nascido no Rio de Janeiro, é formado em Administração pela UFPA.

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